segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Domingos


É um domingo preguiçoso. Nem os pássaros que despertam as manhãs deram o ar de seus cantos, o tempo arrastado dos domingos parece suspenso pela chuva que ameaça voltar, pelas nuvens que acinzentam o sol... Até mesmo as crianças parece que sumiram. Sinto falta não da sua algazarra das segundas-feiras, mas da alegria esperançada que elas cantam nas manhãs de feriados e domingos.
Domingos, aliás, é o nome do porteiro. Acho que não é coincidência ele parecer preguiçoso, pachorrento, escorregar pelo dia como se somente esperasse seu fim. Vem do batismo. Sentença de fundação, seu ritmo está gravado na pedra fundamental, não dá pra ser diferente, seria trair seu pai e toda sua história, perdida no sertão de um nordeste distante, mas não esquecida. Então, porque a pressa? As chuvas vêm e voltam quando assim desejam. E as secas permanecem também o tempo que o sol decidir levar pra afastar as nuvens, soprá-las com seu bafo quente, secá-las. E os domingos, dias ou gentes, continuarão por aí quase dormindo...

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