Fascinam-me
desde sempre os varais,
a
desajeitada harmonia
dos
tamanhos das peças,
a
diversidade das cores
e
a serenidade dos brancos...
As
supostas intimidades expostas
em
calcinhas, saias revoantes,
fraldas,
pijamas, camisolas
e
os lençóis que lavados escondem
despudoradamente
as marcas do amor.
Até
hoje lembro quando vi
da
primeira vez o vento
soprando
as roupas de um varal:
uma
colorida saia bailava e revelava
o
corpo fêmeo que ali não estava.
Até
hoje sonho com o avesso
De
saias, coloridas ou não,
Transparentes
ou não,
Tremulando
o tecido ou a carne...
Só
que hoje, elas escondem
e
desvendam tua fenda,
escondem
a nascente, a grota
e
sugerem o relevo de tua linda frente,
assim
como teu verso, que de tão belo ou mais,
traz
às vezes o que é de trás à frente,
fazendo
dele mais que um verso,
quase
de Drummond um poema.
ahh... Drummond... como ler dos teus varais sem pensar em :
ResponderExcluir'as coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão...'
Escreves lindamente, Henrique, mas isso, acho que já disse...
bj